No vídeo de hoje:
Um pouco do Espaço de Fazer funcionando
Calhas do barracão – pt 2
Móvel de cozinha para uma cliente
Arco n. 12 – pt 1
É difícil equilibrar o fazer com o filmar fazendo. Até porque não é só filmar, mas editar e publicar, né?
Quando postei o vídeo na semana passada, já sabia que o formato não funcionaria, pois tomou algumas horas a mais do que o previsto para editá-lo. Principalmente filmar e editar a parte da narração.
Narração caiu, o texto se mantém. Porque sou, antes de mais nada, um escritor que faz coisas, e considero demais as reflexões sobre o processo. Ela continua aqui, no texto, até porque tenho a sensação de que muito mais gente leu o que escrevi do que ouviu o vídeo.
Também não estava muito satisfeito com o ritmo, com a sequência de trabalhos. Até me dar conta de que havia um jeito mais lógico de montar, sabe aquele momento “como foi que não pensei nisso antes?”.
Isso acontece muito em meus projetos. Muitas vezes você precisa passar pelo jeito difícil até chegar no fácil.
Não se trata de otimização, de cortar caminho, mas de aprender a trabalhar com o material que você tem, a olhar de verdade para a madeira e ver em que sentido corre a fibra. Na maioria das vezes nossa cabeça trabalha com um material idealizado, em que o parafuso não vai soltar, nem enroscar, nem quebrar no meio, onde parafusar em um sentido ou outro teria o mesmo efeito, quando a realidade não é bem assim.
Vale para madeira e vale para a vida que a gente tem. Não dá pra gente tentar simplificar a partir de uma idealização.
Essa semana terminei a calha de um lado do barracão. Gosto tanto de terminar uma parte, mesmo que pequena. Com tanta coisa em aberto, dá uma sensação de progresso. Ainda falta a calha do outro lado, mas só vou cavar quando chover, a terra seca é muito dura.
Curioso, essa semana consegui horas de material gravado. Na verdade, vídeos longos em que quase nada acontece, esqueci de desligar a câmera. Tenho testado esses processos, o quanto vale a pena ficar esperto com a câmera, o quanto vale deixar filmando para resolver na edição. Edição dá mais trabalho, mas ficar ajustando a câmera atrapalha a fluidez do serviço.
Estou testando editar de outra forma, com os vídeos acelerados. Montei um script para acelerar os vídeos em 10 vezes, antes de editar. Ainda que demooooore para processar, é automático, posso deixar o computador sozinho enquanto ele trabalha nisso.
Não gostei tanto assim do resultado (acho que o ritmo fica melhor quando a edição alterna trechos em velocidade normal e trechos acelerados). Vou ver se consigo melhorar na próxima, sem passar das duas horas que separei para isso. Porque, claro, se gastar tempo demais com marketing, o projeto não anda.
Estava chorando as pitangas para um amigo sobre como o processo de construir o espaço, particularmente esse barracão, tem sido demorado. (Eu sei, é um tema recorrente e já repeti isso aqui também).
Então ele me disse duas coisas: a primeira foi “Rodrigo, se você e eu decidíssemos hoje construir um pequeno chalé ali no espaço, nós dificilmente conseguiríamos terminar em menos de dez meses.” (Essas coisas demoram. A menos que você invista em ter vinte pessoas trabalhando nisso, aí fica pronto rapidinho).
Acho que a gente ficou mal acostumado com programas de reforma onde construções inteiras acontecem em uma semana. Ou de vídeos no Instagram acelerados em 10x. 😉
A segunda coisa foi que “em vez de ficar olhando o que falta, tenta olhar para o que você já fez. Olhar para a satisfação que o projeto como um todo te traz, isso vai fazer você olhar com um pouco mais de distanciamento para tomar a decisão certa”.
Percebi que ele estava simplesmente pregando minhas próprias palavras: aproveite o processo.
Mas me filmar trabalhando tem tido o efeito interessante de me mostrar no final da semana o quanto foi feito. Estava achando que tinha sido uma semana meio “perdida”, por não ter conseguido executar algumas coisas que planejei.
É legal chegar na sexta-feira, olhar o vídeo editado e ver que, no fim, progresso foi feito. Devagar, está tudo caminhando.
Até a próxima,
Rodrigo vK
Eu mesma não assisti (vídeo não funciona comigo, socorro quando foi que tudo passou a ser em vídeo), mas adorei ler :)
não é por acaso que o ditado diz que devagar se vai longe.